A luta pela reivindicação dos direitos das mulheres é constante. Dentro do mundo dos esportes, por muitos anos apenas homens ganhavam espaço e destaque. No golfe não foi diferente. Com o seu surgimento registrado em torno do século XV, a modalidade era exclusiva para homens, abrindo espaço para que mulheres disputassem torneios amadores apenas no século XIX. Porém, no ano de 1944, o público feminino conquistou o direito de jogar profissionalmente.
Manter a presença feminina dentro do cenário é um desafio por se tratar de um esporte com um público majoritariamente masculino. Para ajudar na inclusão das mulheres existem torneios internacionais que se destinam a esse público, como o Ladies European Tour, o Omega Dubai Ladies Classic, o British Women ‘s Open e a Ladies Professional Golf Association. No Brasil, também contamos com eventos como o Campeonato Brasileiro de Golfe e os abertos regionais.
O dia 08 de março, Dia Internacional da Mulher, é dedicado para a conscientização sobre a desigualdade de gênero e a valorização das mulheres.
Pensando nisso, resgatamos a memória de duas golfistas do PACC que demonstram para o mundo a competência e comprometimento do golfe feminino.
Elisabeth Nickhorn
Uma das principais referências do golfe brasileiro, apelidada carinhosamente de Beth Nickhorn, desbravou o mundo com a sua dedicação e compromisso com o esporte. Beth começou sua carreira de forma inocente ao visitar o Porto Alegre Country Club em uma edição do Sul-Brasileiro e se apaixonou de imediato.
Nickhorn não se tornou profissional, mas é a maior campeã amadora da história. Na extensa lista de troféus estão:
• 17 Campeonatos Brasileiros;
• 9 Campeonatos do Aberto do Uruguai;
• 5 Campeonatos do Aberto do Chile;
• 9 vezes campeã Sul-americana;
• 20 Campeonatos Sul-Brasileiro.
Ainda contou com diversas participações no mundial amador, alcançando a 3º colocação em Portugal. Nickhorn é a recordista mundial em participações no Mundial de Golfe por equipes, com 13 convocações seguidas como jogadora e uma como capitã. Além de todos esses títulos, também conta com o número extraordinário de 12 Hole-in-one.
Luciana Bemvenuti
Nascida em Porto Alegre, Luciana Bemvenuti se apaixonou pelo golfe com apenas 11 anos de idade e cresceu jogando no Porto Alegre Country Club. Enquanto amadora, participou da seleção brasileira de golfe e conquistou o campeonato brasileiro por três anos consecutivos. Com a oportunidade de estudar nos Estados Unidos, construiu a sua carreira até se tornar profissional e garantir a sua permanência na LPGA.
Luciana foi a primeira brasileira a jogar profissionalmente na LPGA. Durante a carreira profissional, conquistou as melhores colocações já registradas por jogadoras brasileiras no campeonato, mesmo após sua aposentadoria.
Em 1993, Bemvenuti foi selecionada como Caloura do Século da Conferência Sudeste (SEC) e ocupou a segunda colocação no pódio do Campeonato.
Ao longo da sua trajetória profissional, marcou presença na disputa de diversos torneios renomados, como o US Open, British Open, Mercury Titleholders Championship e Chick-fil-A Charity.
Já contamos essa linda história aqui e você pode conferir o perfil completo da atleta neste link.
A participação de Nickhorn e Bemvenuti, e de tantas outras mulheres no golfe, garantiu que muitas outras se permitissem sonhar e se dedicar ao esporte, com histórias que viraram inspiração para as novas gerações. As suas representações e a memória destes feitos são importantes para manter vivo o sonho.
Para além da lembrança, novas histórias também estão sendo construídas e contadas no PACC por mulheres competentes e dedicadas. Nosso agradecimento a todas as participantes do nosso Torneio das Damas, que ocorre todas às quintas-feiras, em especial para nossa Capitã Maria Luiza Spindler dos Santos.
Dedicamos esta breve publicação à superação, o comprometimento e dedicação de todas as golfistas que por aqui já passaram. Nossa história não seria tão linda e cheia de conquistas sem a presença de vocês junto com a gente.